Este eixo temático propõe um espaço de diálogo interdisciplinar sobre os desafios e estratégias relacionados aos riscos e vulnerabilidades socioambientais em contextos urbanos e rurais. Serão discutidos os impactos das mudanças climáticas, eventos extremos (como inundações e deslizamentos), desigualdades sociais, segregação socioespacial e ocupações irregulares, enfatizando a importância de abordagens integradas e participativas na gestão do território. O debate reunirá especialistas de diferentes áreas do conhecimento, tais como: meio ambiente (pesquisadores, geólogos, geógrafos, engenheiros, oceanógrafos/oceanólogos, biólogos, químicos, entre outros), defesa civil (agentes técnicos, especialistas, bombeiros, gestores públicos e voluntários), saúde pública (psicólogos, médicos veterinários, pesquisadores, entre outros) e planejamento e gestão urbana (arquitetos e urbanistas, técnicos, planejadores, gestores públicos e pesquisadores). O objetivo é compartilhar experiências, metodologias e políticas públicas voltadas à redução das vulnerabilidades e à construção de territórios mais resilientes e socialmente justos. Assim, busca-se fortalecer a articulação entre Ciência, poder público e sociedade civil na formulação de soluções sustentáveis e inclusivas, de forma colaborativa e participativa.
Este eixo trata da análise e o monitoramento dos processos do meio físico natural que podem constituir eventos perigosos ou ameaças. Os fenômenos podem ser tremores de terra, deslizamentos, erosão, solapamento de margens, cheias/enchentes, inundações, enxurradas, alagamentos, ciclones, tempestades, tornados, vendavais, furacões, granizo/geada, temperaturas extremas, secas/estiagem e incêndios florestais. A abordagem deste eixo envolve estudos de mapeamento de risco ou de suscetibilidade, o uso de instrumentos para monitoramento, previsão e alerta de riscos, bem como a elaboração e a execução de planos de mitigação/redução de riscos de desastres, incluindo com ações estruturais (contenções, barragens e outros) e não estruturais de prevenção e mitigação de riscos. Essa temática converge com as influências das mudanças climáticas na intensificação dos eventos extremos.
Segurança alimentar, acesso a alimentos seguros e nutritivos. Impacto de eventos críticos, mudanças climáticas e ação humana na produção, disponibilidade e acesso a alimentos. Impacto na saúde e nos meios de subsistência das populações vulneráveis. Impacto na desnutrição, vulnerabilidade e proliferação de doenças. Impacto de eventos climáticos extremos, secas, onda de calor e inundações na insegurança alimentar. Modelos de produção de alimentos com diversificação de culturas alimentares. Degradação ambiental, perda da biodiversidade, comprometimento de recursos hídricos, contaminação do solo e a capacidade de recuperação do solo perante desastres. Planejamento e adaptação de culturas alimentares em relação às mudanças climáticas. Monocultura, modelos de produção agroecológicos, regenerativos e agroflorestais
Apesar de sua relevância, a consolidação da educação para RRD ainda enfrenta desafios expressivos como a integração da temática nos currículos escolares e universitários, a formação de educadores capacitados, a adaptação de metodologias a diferentes contextos socioculturais e a mobilização de múltiplos atores para uma ação coordenada. Este eixo propõe um espaço de articulação interdisciplinar e interinstitucional para o intercâmbio de experiências, saberes e práticas voltadas à promoção da cultura de prevenção, preparação e resposta a desastres, por meio da educação formal e não formal. O foco está no fortalecimento de capacidades, no desenvolvimento de competências e na mobilização de comunidades, a partir de ações realizadas em escolas de todas as etapas e redes de ensino, instituições de ensino superior, órgãos de Defesa Civil e demais entidades formadoras.
A intensificação de eventos extremos no litoral brasileiro, como a elevação do nível do mar, erosão, inundações costeiras, configura-se como um dos principais desafios à gestão territorial e ambiental no contexto das mudanças climáticas. Esses fenômenos afetam diretamente os sistemas ecológicos, as infraestruturas urbanas e as populações vulneráveis, demandando respostas integradas e fundamentadas em evidências científicas. Este eixo propõe um espaço de articulação interdisciplinar e interinstitucional para o intercâmbio de experiências, saberes e práticas voltadas ao planejamento territorial e ao gerenciamento costeiro, com foco em soluções inovadoras e sustentáveis. A abordagem deste eixo contempla estudos sobre zoneamento ecológico-econômico, gestão de praias, turismo sustentável, obras e intervenções litorâneas, além de estratégias de adaptação e fortalecimento da resiliência das cidades costeiras diante dos riscos e desastres.
A intensificação e a frequência dos eventos extremos, potencializadas pelas mudanças climáticas, tornam ainda mais urgente a integração de políticas públicas e o planejamento territorial voltados para a redução de riscos e de desastres. Este eixo temático aborda as estratégias para alinhar e articular distintos instrumentos de gestão — como planos diretores, planos de contingência (PLANCONs), planos de auxílio mútuo (PAMs), entre outros. O objetivo é estimular reflexões e iniciativas sobre como a coordenação intersetorial pode fortalecer ações de prevenção, mitigação e adaptação aos riscos, promovendo territórios mais resilientes, inclusivos, sustentáveis, e alinhados aos princípios da justiça climática. Serão valorizadas propostas que apresentem estudos de caso, análises críticas, experiências inovadoras e soluções que demonstrem a construção colaborativa e transversal na redução dos impactos de desastres.
Este eixo aborda a preparação dos municípios para responder de forma coordenada quando eventos climáticos extremos ocorrerem. Enfatiza-se a importância da articulação entre os diversos atores — como as Defesas Civis locais, moradores de comunidades vulneráveis, associações de bairro, grupos religiosos, organizações comunitárias e os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs) — na organização prévia de ações, especialmente relacionadas à logística de distribuição e assistência humanitária. O papel dos tomadores de decisão é destacado na elaboração e atualização dos planos de contingência, incluindo o mapeamento de áreas de risco, definição de rotas de transporte, rotas de fuga e identificação de redes locais de apoio. A integração de tecnologias e estratégias de comunicação amplia a capacidade de resposta, tornando-a mais ágil, eficiente e centrada nas necessidades reais das populações afetadas.
Diante do aumento da frequência e da intensidade dos desastres, o setor da saúde assume um papel estratégico na prevenção, na resposta e na redução de riscos. Este eixo temático propõe uma reflexão interdisciplinar sobre o cuidado à saúde em situações de desastres. O impacto na saúde humana é um reflexo preocupante e urgente das mudanças climáticas, com consequências como o aumento de vetores de doenças, a propagação hídrica, má qualidade da água e do ar, a diminuição na produção de alimentos e os distúrbios psicológicos resultantes. Nessa temática também serão abordadas estratégias de atuação em emergências, promoção da saúde mental, organização de serviços e fortalecimento da resiliência comunitária. Portanto, se faz necessário o diálogo entre saberes e práticas que priorizam o cuidado integral, a empatia e a responsabilidade social no enfrentamento de desastres.
Discutir as pesquisas aplicadas para o desenvolvimento e atualização dos Sistemas de Monitoramento e Prevenção de Desastres voltados ao planejamento de ações mais eficazes, possibilitando respostas rápidas durantes os eventos críticos, para proteção das comunidades afetadas. Iniciativas tecnológicas são desenvolvidas nos centros e institutos nacionais, regionais e estaduais assim como nas instituições de defesa civil para apoiar na mitigação desses eventos extremos, através de desenvolvimento e atualização dos Sistemas de monitoramento e prevenção de desastres naturais. Rádio Amadores - Comunicação.
O Projeto DUI-RRD Cidades – Desenvolvimento Urbano Integrado com enfoque na Redução de Riscos e Desastres é uma iniciativa do Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (SNDUM), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A partir da elaboração coletiva do Manual de Intervenções Urbanas Integradas para a Redução de Riscos de Desastres, o projeto busca consolidar práticas políticas que promovam um desenvolvimento urbano democrático, inclusivo e resiliente às mudanças climáticas, com a participação ativa de instituições públicas, movimentos sociais, grupos de pesquisa e municípios selecionados. O objetivo central do Manual é desenvolver um referencial metodológico que oriente a formulação de intervenções urbanas integradas e baseadas em evidências. Se enquadram neste eixo todas as ações de estruturantes e não estruturantes, assim como projetos em andamento como Planos de Auxílio Mútuo entre empresas (PAMs), PAM-Hospitais, NUPDECs, entre outros.